Bases de dados estruturadas, não-estruturadas, Big Data, Machine
Learning, Open Data… todos esses termos podem, sim, ser relacionados
ao fazer jornalístico. Cada passo nosso gera uma série de rastro em
databases espalhadas ao redor do mundo e, de facto, isso ainda não é muito
explorado. Apesar de extremamente positiva e útil para o fazer jornalístico, a
infinidade de dados que geramos diariamente tornou mais difícil filtrar os
dados realmente relevantes. Foi justamente a partir dos desafios e
oportunidades de se trabalhar com dados em grandes escalas que surgiu
o conceito de Data Journalism, assunto que não pára de
ganhar relevância. E o que distingue o jornalismo de dados das outras formas de se produzir
notícias? Podemos dizer que o seu método e a lógica de pensamento. A partir de
grandes bases de dados, o jornalista tenta fazer seu storytelling. Ou o contrário:
quando se tem um bom facto para ser explorado e o profissional pode optar pelo
foco no uso de bases de dados para fazer a narrativa, seja por meio de
infográficos, visualizações interactivas ou o que mais a criatividade
permitir. No trabalho de Data Journalism é crucial juntar dados, filtrar e criar
visualizações para eles e “Fazer as perguntas certas” para os dados.
Quer exemplos concretos do uso do jornalismo de dados? Selecionamos alguns
casos observados ao redor do mundo.
Estadão
Dados – Basômetro
Este projecto foi criado pelo jornal brasileiro Estadão. O objetivo do Basômetro é medir o grau
de apoio de senadores e deputados ao Governo Federal no Congresso Nacional,
partindo de uma análise individual ou partidária.
É uma nova forma de se criar uma narrativa jornalística, pois o leitor é o
responsável em gerar seu próprio fluxo de procura de informações. Não há um
texto ou hierarquia de informações criadas previamente na redacção.
Alemanha
– Uma história a partir de dados do smartphone
O que pode o nosso smartphone dizer sobre nós? Aqui está a resposta: Malte
Spitz, do Partido Verde alemão, tomou a decisão de analisar os seus próprios
dados e problematizar a questão. Decidiu assim processar a gigante das
telecomunicações alemã, Deutsche Telekom, por ter acesso aos seus dados. Após
receber um documento gigantesco de Excel, criou um mapa interativo que acabou
sendo publicado no jornal Zeit Online.
Em mais de 35 mil linhas de jornal, a sua história foi contada. Cada lugar
onde esteve e cada transferência de informação estava ali. Quando viajou de
avião ou comboio, onde parou para comer, quando acordou ou dormiu. Todos os
factos estão ali, explícitos pelos dados..
The
Guardian e o DataBlog
O grande jornal britânico The Guardian também se apropria do jornalismo de
dados. O jornal revela o processo de construção de notícias e compartilha dados
de forma muito bem-sucedida por meio do seu Data Blog.
Ojo
Público
O peruano Antonio Cucho, ativista de open data, criou o
projeto Ojo Público e gerou um impacto considerável no contexto do jornalismo de dados.
Trata-se de um site que oferece uma revisão histórica das declarações de
políticos da cidade de Lima, capital peruana.
Cucho explica que o seu projeto nasceu para contar “as coisas que os outros
não querem contar”. A parte mais interessante desta história é que os dados
usados pelo site não eram públicos e foram abertos graças a um pedido de acesso
à informação idealizado pela ONG Suma Ciudadana.
Fonte:BigData Business- Hekima
Fonte:BigData Business- Hekima